terça-feira, 16 de março de 2010

Sem destino



Cá estou eu numa motocicleta “sem destino”. A essa altura, meu único medo é ter medo. A coerência me deixou depois da última parada, as certezas, na primeira curva, os dogmas nem foram para a estrada. Não trouxe mapa, se me perder, paro e pergunto o caminho, se a via não tiver saída, mudo de rota.


De certo modo, esses 22 anos me “emburreceram”. Antes achava que sabia de tudo um pouco, mas hoje que aprendi alguma coisa, desaprendi todo resto. Quando as minhas amadas respostas partiram, fiquei sem saber o que perguntar. Só restaram o ritmo frenético dos dias e a retrospectiva de uma vida na mente.


Era o Natal de 1994 se não me engano, ganhei o presente mais esperado, mais cobiçado. O momento foi mágico, mas passou rápido. 2002, meus quinze anos, muitos risos, muitos amigos, muitas trilhas sonoras, foi bom, mas passou rápido. Em 2006 a faculdade, quatro anos voaram, mais uma vez tudo passou rápido. Hoje os meus amigos estão procurando emprego, alguns foram embora, os que ficaram seguem seus caminhos deixando rastros de nostalgia na lembrança.


Eu não senti o movimento do mundo, de repente abri os olhos e vi tudo diferente. Simplesmente acordei e as coisas tinham mudado de lugar, como se antes estivesse imersa num estado de coma ou transe que se converteu em velocidade. É assustador mas vou tentar não gritar, ainda que ironicamente eu me encontre perdida nessa terra estranha onde poupam os sussurros.

Um comentário:

Jogelci do Carmo disse...

Pesquisando comunicação institucional deparei-me com um comentário seu e cá estou.E aí?!
Li de Cção à integração.
Adorei seu blog.

Parabéns!