quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Passado perpétuo

Como explicar essa constante onda contemporânea de retorno ao passado? Será incapacidade de pensar o novo ou necessidade de contar o futuro a partir do que já aconteceu? Talvez nenhuma das alternativas, quem sabe o anacronismo esteja relacionado à rentabilidade que o passado representa, principalmente, para a indústria cultural. Dizem que a arte reflete a realidade de seu tempo, mas quem olha a nossa arte atual vê o reflexo de outros tempos que convergiram nessa loucura chamada pós-modernidade. A indústria da cultura só vem ratificar o que Featherstone disse a respeito do consumo sobrepondo a produção.

Nessa atualidade mista, talvez a única fonte de referência seja o passado que, nesse contexto, torna-se comercializável. Como constatar isso? Simples, vá ao cinema, assista TV, os remakes, a moda retrô, o mesmo discurso socialista apaixonado juvenil, as fotos do Che, os ideais da Revolução Francesa, não parece que tudo que está na tela já foi visto antes? Não nego a tecnologia e os avanços que o mundo conquistou nos últimos tempos, apenas ratifico a nostalgia constante que o ser humano vivencia e que, de certa forma, não quer se desvincular. By the way, bem-vindo à idade das velhas novidades.

2 comentários:

Leandro Machado disse...
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Leandro Machado disse...
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