sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Reprise nas urnas

Até que ponto o voto reflete o direito de escolha? Exercício da democracia, defesa ideológica, esperança de mudança...tudo parece balela quando na verdade o voto só vem ratificar a manutenção das mesmas hegemonias vergonhosas que governam o nosso país. É revoltante pensar um Estado mais justo, acreditar que existe saída e assistir a mesma omissão, o mesmo conformismo, a mesma crença cega nas pessoas erradas, e o que é pior, nas pessoas que todos sabem serem erradas. Prova disso é a eleição municipal em Belém, ou melhor, o circo eleitoral cujos palhaços assistem sentados e calados ao show principal. Os debates televisivos são reflexo desse espetáculo que, diga-se de passagem, é um ótimo programa cômico. Parece piada que durante os debates estão discutindo o futuro da nossa cidade. Todos aqueles bordões ridículos, o “lero lero”, o “você não vai fazer” ou o “você não fez nada” só tornam mais distante a discussão de propostas concretas para a melhoria comum. Gostaria de dizer que o cinismo dos candidados é surpreendente porém, já não me surpreende mais, virou reprise. Qual a saída para a descrença total? Votar nulo? Não sei, uma opção discutível. Votar no menos pior? E se não houver? A minha única certeza é que não quero participar da vitória de um candidato que não considero ético, que vai de encontro aos meus princípios morais. Talvez a saída seja não estimular o ceticismo que aflora dentro de cada cidadão e tentar acreditar que um dia muda, do contrário seremos mais alguns na massa conformista que elege a velha repetição.

6 comentários:

manú disse...

é por isso que eu vou votar nulo, ele sim é o melhor candidato!

Anônimo disse...

Infelizmente que o nosso grandioso, onipresente e participativo, NULO, ainda nao ganhou nenhum pleito... mas felizmente a cada ano eu vejo que meu candidato vem ganhando mais voto. Utopia: Nulo vitorioso! Fecha a conta e passa a régua!

Arthur Sobral

Anônimo disse...

Há algum tempo o voto nulo era uma manifestação ideológica de quem não concordava com os mecanismos que regem a nossa "democracia".
O que me entristece é ver que, hoje, a maioria das pessos que votam nulo, votam não por discordar do modelo, mas simplesmente por falta de opção.

Leandro Machado disse...

Nossa! Escolher entre Duciomar e Priante com certeza vai ser uma tarefa muito dificil. Acho que terei que usar o critério do menos pior =P

Unknown disse...

A cada dia que passa a nossa esperança de termos candidatos honestos, dignos e principalmente eticos está acabando. Daqui a pouco o critério de escolha vai ser quem roubou menos e deu algumas cestas básicas pra população. Realmente o que vimos nessa campanha foi uma Palhaçada, mas uma palhaçada mto sem graça de pior categoria!!

Unknown disse...

Concordo em gênero, número e grau! Certo tempo atrás eu defendi o tal "movimento pelo voto nulo", todavia, hoje, vejo que não é a melhor atitude a ser tomada.
O voto, além da questão de exercício da democracia, é a maneira mais legítima de você participar das escolhas que repercutirão no seu futuro. Por isso, acho que lavar as mãos não é a melhor solução. Como dito por você, por vezes nos deparamos com a situação de votar no "menos pior".
Pode soar errado, mas votar é isso mesmo, votar no menos pior, não porque há discredito com os candidatos, mas sim porque o "melhor" simplesmente não existe. O que não pode é simplesmente não escolher!
Não se pode olvidar, que um tempo atrás, a maioria esmagadora do povo brasileiro votou num candito que acreditava ser "o melhor", "a solução", porém o que se viu é que ele não é tão diferente dos outros (mesmo sabendo que com tanto assistencialismo os fatos já estão até esquecidos - e haja popularidade), assim como, inegavelmente, ele não é dos piores!
Portanto, votar faz a diferença sim!!!