
A música e o
tribalismo urbano, uma mistura indissociável que aliada à moda dá aos diferentes públicos o sentimento de identidade. Agregar-se é uma necessidade do ser humano, nesse contexto a identificação com determinado estilo é peça fundamental para se encaixar em um grupo. O
gosto musical chega a ser quase uma exigência simbólica que segrega e define as tribos nessa grande
aldeia global onde vivemos.
E quando a aparente divergência de gostos leva ao preconceito ao até mesmo a violência? Punks versos Skinheds, qual o cacique mais poderoso? Nesse momento voltamos ao primitivismo, para as
guerras entre tribos. Qual a diferença entre o passado e o presente? Os povos primitivos guerreavam por território físico, as tribos urbanas guerreiam por um território simbólico que perpassa pelo campo da insegurança e da auto-afirmação de cada indivíduo.
Onde está a contradição? Está no hibridismo de todas as coisas, principalmente da música. Ritmos como o
rock – resultado da mistura de estilos como o Jazz, o blues, a música country entre outros – provam que nada é uma construção única e isolada, tudo agrega contribuições diversas. Nenhum discurso se edifica sozinho, logo qual a lógica em repelir tão ferozmente determinados estilos se tudo está relacionado?
Os jovens parecem ter entendido isso e em uma tendência mais atual, o que se percebe são tribos heterogêneas, o roqueiro que escuta samba, o pagodeiro que curte música eletrônica. Esse sincretismo é benéfico afinal é a partir da mistura das cores que obtemos tons sempre novos, é a partir da fusão dos diferentes pensamentos que a arte se renova e o ser humano também.